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Alguém pode dizer que a vida é uma caixinha de surpresas e ela é. O Diário Oficial da União (DOU) trouxe nesta quarta-feira (30) o nome do deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) na condição de vice-líder do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados. Ele dividirá espaço, na função, com outro paraibano, o também deputado federal Gervásio Maia (PSB), um lulista de carteirinha. A surpresa fica por conta da escolha de Rodrigues, por conta do maior alinhamento dele com o bolsonarismo em um passado próximo.
O ex-presidente teve estendido o tapete vermelho (ops, talvez verde) toda vez que compareceu a Campina Grande enquanto Romero comandou a cidade, principalmente a partir da campanha eleitoral de 2018, vencida por Jair Bolsonaro (PL) com votação expressiva na Rainha da Borborema. Apesar disso, na condição atual, Romero milita em uma partido da base aliada do atual presidente, por isso, a escolha.
A função, embora secundária na hierarquia formal, tem relevância estratégica: os vice-líderes ajudam a articular votos em plenário, defendem as pautas do Executivo e substituem o líder do governo sempre que necessário. É, na prática, uma linha auxiliar de confiança do Planalto nas votações mais sensíveis.
A indicação de Gervásio foi respaldada pelo líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE). O socialista agradeceu a confiança e reafirmou alinhamento com o projeto de Lula. “Reafirmo meu compromisso de trabalhar na construção de pautas que ajudem o desenvolvimento econômico do país e a melhoria de vida da população”, declarou.
Além dos dois paraibanos, também foram nomeados Aliel Machado (PV-PR), Augusto Coutinho (Republicanos-PE), Jilmar Tatto (PT-SP), Márcio Jerry (PCdoB-MA), Mário Negromonte Jr. (PP-BA) e Zé Neto (PT-BA). A lista reflete a aposta do governo em uma base pluripartidária para garantir governabilidade em tempos de Congresso fragmentado.
A entrada de Romero Rodrigues na função chama atenção pelo simbolismo: ex-prefeito de Campina Grande, aliado do ex-presidente Bolsonaro até pouco tempo atrás, e agora ocupando posto de confiança no governo petista. É mais um retrato da realpolitik que molda Brasília.
Com informações do Portal Suetoni Souto Maior
